Como já sabemos, na vida nem sempre é possível agradar a todos. Igualmente acontece na arquitetura, onde a edificação é como uma peça em exposição permanente, sujeita a críticas e julgamentos. O que me recorda uma frase que meus professores gostavam de citar: “Um médico enterra seus erros, o arquiteto os expõe”.
Vou citar aqui (sem julgamentos) algumas edificações que causaram polêmica na população, seja por sua forma incomum, por sua altitude ou pelo contraste com o entorno.
Poucos sabem, mas a Torre Eiffel, em Paris, foi construída em 1889 para honrar o centenário da revolução francesa e era para ser uma estrutura temporária. Foi a decisão de não desmonta-la que causou grande desconforto na população que a considerava uma “monstruosidade”. Com o tempo ela conquistou a admiração dos parisienses e se tornou o símbolo da cidade, atualmente ela é o monumento pago mais visitado no mundo.
A Casa Milá, em Barcelona, também conhecida como La Pedrera, é um edifício desenhado pelo arquiteto catalão Antoni Gaudí, construída entre os anos 1905 e 1907. Sua intenção inovadora não foi bem compreendida e aceita pela população local, provocando reações polêmicas. As críticas salientavam principalmente a ausência de preocupação com sua funcionalidade.
Outra edificação polêmica em Paris é a pirâmide do Louvre, construída 100 anos após a torre Eiffel ela provocou uma considerável controvérsia porque a população local considerava o edifício futurista fora de lugar, contrastando com a arquitetura do museu. Há ainda a teoria de que seus painéis de vidro tem exatamente o número 666, muitas vezes associado a satã. O museu do Louvre no entanto afirma que a pirâmide tem 673 painéis (603 losangos e 70 triângulos).
O Museu Guggenheim Bilbao, é um dos cinco pertencentes à Fundação Solomon R. Guggenheim no mundo. O canadense Frank O. Gehry foi alvo de inúmeras críticas, questionando a funcionalidade do espaço expositivo do museu e até mesmo sua arquitetura inovadora que o torna mais atraente que as obras expostas.
O Museu da história militar em Dresden, reaberto ao publico em outubro de 2011 tem como um dos temas abordados a cultura a violência da história alemã. Uma repaginação em suas exposições aconteceu e reina ali um novo espírito onde os militares são não mais glorificados. Para essa reforma o arquiteto contratado foi Daniel Libeskind, que sofreu muitas críticas, alegando que ele cometeu um “crime” ao projetar o anexo com arquitetura tão diferenciada do existente, uma devastação ao prédio antigo. Alguns dizem até que parece um navio que perdeu o controle e foi parar no meio do prédio.
E ai, o que acharam dos edifícios? Não se pode agradar gregos e troianos mesmo?